Escravatura em pleno século XXI

No dia 30 de Julho comemora-se o Dia Mundial contra o tráfico de pessoas. É um dia que não tem razão de existir, não devia haver tráfico e exploração humana. Em todo o mundo, as vítimas de exploração sexual, escravatura e exploração do género humano, na sua maioria, são constituídas por mulheres. Fala-se que 80% das mulheres são assediadas todos os dias por todo o tipo de indivíduos. Desde a escravatura à prostituição, tudo vale para ganhar dinheiro. É o caso das diversas rotas de tráfico humano, desde do Médio Oriente, à Europa e América do Sul.
Também é recorrente a utilização de seres humanos para o fim de transporte de droga, as chamadas "mulas". É bastante lucrativo para os traficantes de droga, mas demasiado perigoso para as pessoas que a transportam. Tudo isto se passa em pleno século XXI, com todos os avanços verificados nos diversos campos da investigação, na ida á lua, na modernidade da vida e da humanidade. E o que se verifica por parte dos diversos governos? Uma quietude inquietante, por assim dizer.
Cerca de 200 milhões de pessoas usam drogas ilícitas pelo menos uma vez por ano. Para abastecer essas pessoas existem as diferentes rotas mundiais de droga (distribuição e consumo). Até no mar se usam barcos de diferentes tipos para o transporte de droga. E a verdade é que a presente pandemia do Covid-19 alterou essas rotas, levando os traficantes a procurarem novas alternativas.
Quanto à escravatura, e tendo cedo sido abolida por vários países, a verdade é que, actualmente, há mais escravos do que em qualquer outro período da história mundial. Algumas pessoas falam em 10 milhões de escravos, outros contrapõem com nada mais nada menos do que - pasmem-se - 40 milhões de escravos! Também as mulheres são cada vez mais utilizadas nestes negócios, sendo que a escravatura moderna está mais presente em África e no Pacífico.
Quanto à escravatura sexual, estima-se que haja 500 mil mulheres abusadas, só na Europa. Também os números referentes aos menores aumentaram ao nível da escravidão sexual, estimando-se uma modesta quantia de 8 milhões de casos. Segundo um estudo da Fundação Francesa Scelles, a qual luta contra a exploração sexual, há 40 milhões de pessoas no mundo que se prostituem. Também a internet contribui em larga medida para o recrutamento de pessoas para a prostituição. A ONU (Organização das Nações Unidas) também se juntou às vozes que protestam contra a exploração humana.
Resumindo e concluindo, nota-se que a luta contra as diversas formas de exploração de seres humanos aumenta cada vez mais. Resta-nos continuar a lutar e esperar que as melhorias sejam visíveis num futuro não muito distante. Como diria um importante politólogo português, a luta continua.
João Torgal