Um pesadelo real

24-08-2020

Não foi há muito tempo que decorreu a 2.ª Guerra Mundial, no findar da década de 30 e metade da década de 40, em pleno século XX. Na altura, o principal opositor da liberdade e criador do nazismo, Adolf Hitler, atormentou e fustigou completamente quase toda a Europa e diversas partes do Mundo. A Alemanha, que estava em guerra com os Aliados, tinha um parceiro confiável na figura de Benito Mussolini, em Itália. Por outro lado, outra das principais figuras da antiga URSS, Estaline, assinou um pacto de não agressão com a Alemanha, o qual ficou conhecido por Pacto Molotov-Ribbentrop. Isto queria dizer que, nas fronteiras europeias da época, a Alemanha podia desenvolver a sua política de guerra e estar descansada quanto ao vizinho soviético.

Nos dois lados da mesma moeda, Hitler e Estaline, representaram para a população dos seus países um equivalente a milhões de vítimas na população mundial. A então URSS, liderada por Estaline, o qual veio substituir Lenine, estava em vias de desenvolvimento e a antiga URSS era um país temido e respeitado na Europa. Mas a ambição e falta de visão de Hitler fez com que este invadisse o antigo estado soviético em 1941. Ficou conhecida por operação Barbarossa e durou vários anos, quase até ao final da 2.ª Guerra Mundial. Embora poderosa, a máquina de guerra estalinista teve bastantes dificuldades em resistir às forças nazistas de então, tendo a sua população passado fome, frio e, por muitas vezes, carências que levaram à morte das suas forças. E a máquina alemã, bem oleada e com uma preparação espantosa, prosseguiu em território soviético até Moscovo onde aconteceu a sobrevivência final do Estado Soviético, a batalha ou cerco de Moscovo. O lado soviético conseguiu resistir, a muito custo e pôr um travão às ambições desmedidas de Hitler.

Convém referir que Hitler, então cabo de guerra, já tinha participado na 1.ª Guerra Mundial. O resultado foi o da completa humilhação das forças alemãs no final da década de 10 do século passado. Como consequência directa, a população alemã passou por privações na década de 20 e início da década de 30 do século XX. Devido a esse facto, juntamente com o descontentamento de muitas pessoas na Alemanha, começou a surgir, aos poucos, o Estado Nazista. Lentamente, o nazismo começou a tomar forma e pode-se referir a noite das facas longas, como ficou conhecida o esmagamento dos nazistas descontentes em 1934 e, até, a noite de cristal, como passou a ser conhecida, o começo do extermínio sistemático dos judeus. Foi o inicio da ascensão de Adolf Hitler e o começo do pesadelo na Europa, também com a publicação do livro de Hitler, Mein Kampf.

Passo também a referir que a ascensão de Josef Stalin ao poder foi lenta e gradual. Em 1917, a revolução bolchevique assassinou o então czar da Rússia e dizimou as forças brancas, como passaram a ser conhecidas as forças do czar, em contraposição aos vermelhos ou revolucionários. Foi também, através de Rasputine, acusado pelas pessoas de bruxaria e principal conselheiro do último czar da Rússia, que despoletou uma maré de descontentamento pelo czar, embora não fosse o principal motivo da revolução bolchevique.

Passou então a propriedade a ser um dos principais factores do estado soviético, assim como a agricultura. Note-se que, então, as forças revolucionárias eram lideradas por Lenine e tendo como mentor Karl Marx e o socialismo. Com a morte de Lenine, em 1922, houve dois candidatos à liderança do Estado Soviético, Trotski e Josef Estaline. Acabou por ganhar Estaline, embora fosse Trotski o preferido de Lenine, já morto então.

Com o passar dos anos, a força de Estaline foi aumentando e teve um sério teste na 2.ª Guerra Mundial, com a invasão alemã do território soviético. E foi em 1945, com o derrubar do nazismo, destruição de Berlim e morte de Hitler, que começou a derradeira etapa da 2.ª Guerra Mundial.

Foi para lembrar às pessoas da Europa e do Mundo que a ONU instituiu o Dia Internacional das vítimas do nazismo e do estalinismo, comemorado a 23 de Agosto.

Actualmente, não tem grande significado, sobretudo para as gerações mais jovens, mas os mais idosos talvez se lembrem do que aconteceu na altura, principalmente os Judeus.

Para concluir, posso dizer que foi uma época conturbada cheia de pensamentos e acções irracionais e totalmente despropositadas. A nós, lembra-nos para não repetirmos o passado e ter mais justeza e clareza de carácter, embora os políticos, por vezes, sofram de amnésia. Mas há a esperança de um futuro melhor e mais justo. Talvez assim seja. Só o futuro o dirá.

Em memória de todas as vitimas.

João Torgal

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